domingo, 7 de outubro de 2018

Emoções...


Esta semana, depois de quase 6 meses em Portugal, consegui conhecer um pouco de Lisboa – pouco mesmo pois há ainda muito a explorar e conhecer! – e ao sentar para tomar um café e comer o famoso pastel de Belém de repente fui tomado por uma emoção forte, que me é bem conhecida e que nasceu há alguns anos.
Por mais estranho que possa parecer sou uma pessoa extremamente emocional, vivo minha vida com intensidade e procuro experimentar o sabor de cada momento, sentir cada momento como único que é.
Quando jovem, embora vivesse em uma família de classe média, não tínhamos condições de viajar como se viaja hoje e eu me deliciava ouvindo as histórias de amigos e parentes mais abastados sobre suas aventuras pelo mundo. A TV, o cinema e meu amor pela leitura aguçavam ainda mais minha imaginação. Vivia e me imaginava em cada um dos lugares...SENTIA estar lá.
Já adulto tive a bênção de viver em uma época de maior bonança que meu pai e pude viver experiências que ele infelizmente não pode, pois sua missão neste plano terminou cedo.
E então um dia cheguei pela primeira vez à Orlando, a terra da magia. Uma cidade planejada e criada para encantar crianças, jovens, adultos e “mais adultos” e que cumpre esse papel com perfeição.
E foi lá, ao entrar no Magic Kingdon, que senti a tal emoção pela primeira vez...inexplicavelmente eu comecei a chorar! Minha mulher e meus filhos me olhavam assustados e eu tampouco conseguia parar para tentar explicar o que estava acontecendo, mesmo porque demorei um pouco para entender o que acontecia.
Começamos a circular pelo parque, curtir as atrações e pouco a pouco consegui entender, ou pelo menos racionalizar uma explicação: até aquele momento eu vivia os sonhos dos outros, a vida dos outros, e então tudo aquilo passou a ser meu! Passou a ser a MINHA vida! E tinha a oportunidade de compartilhar com quem mais amo...
E assim foi em vários outros passeios que Deus nos deu a oportunidade de fazer.
E esta semana aconteceu, de novo!
Estar naqueles lugares, sentir aqueles lugares sobre os quais tanto ouvi e me imaginei vivendo...
Não é possível saber o que a vida e Deus ainda vão nos proporcionar, mas eu sei, com certeza, como vou viver e sentir cada emoção que ainda virá.
E você? Coloca emoção e amor em tudo o que faz e vive?

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Que operação matemática você é?


Podemos comparar a forma com a qual encaramos nossas vidas a operações matemáticas: há aqueles que somam, multiplicam, dividem, subtraem...
Qual operação é você?
A primeira vista é fácil reconhecer em cada uma, várias pessoas que conhecemos, ou não? Todos temos aquele amigo que soma esforços, ou aquele colega que multiplica resultados...sempre conhecemos alguém que divide pessoas, assim como os que subtraem energias.
E você? Qual operação é?
Parece fácil? Sim? Mas veja que não é tanto.
Lembre-se, a forma como você se coloca nas diversas situações define o seu propósito no momento...
É muito fácil logo de cara definir-se como uma pessoa que soma, que multiplica! Todos afinal queremos somar....mas você vai somar esforços? Somar energia? Ou vai somar problemas? Somar dor? Somar sofrimento?
Multiplicar resultados? Felicidade? Prosperidade? Ou multiplicar os problemas? As preocupações?
Divisão e subtração parecem ter conotações negativas, mas será?
Você divide seu tempo para ajudar pessoas? Você subtrai agruras dizendo a alguém palavras de consolo?
Todos podemos ser qualquer uma das operações, mas com qual propósito? Qual a energia que você vai destinar?
Nem sempre quem chega para somar ou multiplicar é amigo...assim como nem sempre quem chega para dividir ou subtrair é seu inimigo!
Vamos somar esforços, multiplicar amor, dividir fardos e subtrair angústias?
Fica o convite. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Você tem problemas?

Quem não tem problemas?
Eu acredito não existir uma pessoa que não os tem.
Grandes, pequenos, complexos, simples, há problemas de todos os tipos, tamanhos, feições e complexidades, mas com uma característica comum: todos tem solução! 
Pois se não tiver uma solução, então você não tem um problema, como diz o adágio: aquilo que não tem solução, solucionado está.
Lembra dos livros de autoajuda? Se você já leu algum certamente tem problemas e acreditou na promessa do livro em tem ajudar! Vou mais além, deu um passo importante, reconhece que precisa de ajuda! A leitura te ajudou? Se você leu apenas um ajudou...mas se leu o segundo, terceiro...
Esses livros são excelentes fontes de motivação e fornecem ferramentas importantes, mas depende de VOCÊ querer usá-las.
Autoajuda é algo que vem de dentro de você, uma força, uma motivação interna, mas exige ASSUMIR RESPONSABILIDADES, TOMAR ATITUDES e SE COLOCAR NO CENTRO DE SUA VIDA!
Ok...mas e aí?
Bem, aprendi e uso em minha vida que o detalhe a diferenciar as pessoas em relação aos seus problemas é a forma de se relacionar com eles, você pode transformar o seu problema em um monstro pronto a te devorar, ou dar a ele o tamanho e a importância que merece, sem subestima-lo, é claro!
Não quero dizer, de maneira nenhuma, que seu problema não é grave, é pequeno, simples, ou coisas do tipo, não! De jeito nenhum! Quero dizer é para você ser senhor dos seus problemas e não o contrário.
Ahhh...mas eu tenho centenas de problemas!
Que ótimo!!!! Ter centenas de problemas significa ter, no mínimo, centenas de soluções!!! Digo no mínimo pois temos que considerar a possibilidade de um problema ter mais de uma solução possível...
Também não estou a dizer que todas as soluções são simples. Não mesmo! H.L. Menken, jornalista americano no início do século XX, dizia:
“Para cada problema complexo existe uma solução simples, elegante e completamente errada.” Não caia nesta armadilha.
Outra característica que posso afirmar com certeza sobre seus problemas é que todos tem um elemento em comum.
Sim, todos tem, não importa qual a natureza deles, há um elemento em comum e determinante no trato de cada um deles.
Quando você conhecer e dominar esse elemento comum, verá tornar-se muito mais fácil mensurar e solucionar cada problema e a partir daí traçar a estratégia para buscar as soluções.
Esta é outra coisa que aprendi, identificar cada problema e trabalhar cada um individualmente ajuda muito. Mas qual resolver primeiro? Ah...essa priorização é totalmente sua! Posso dizer que tentar resolver todos ao mesmo tempo vai te levar à exaustão, frustração e provavelmente vai te deixar doente, ou seja, arrumar mais um problema...
Já identificou o elemento comum a todos os seus problemas? 
Não? Vou te ajudar:
VOCÊ!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Álora.

Estou cansado...depois de um dia inteiro a dirigir e a passear com meu filho, fomos a Ronda e depois a Málaga, e então fomos até o hotel onde passaremos a noite.
Chamo-o para dar uma volta, conhecer os arredores, mas ele também está cansado, havia trabalhado a noite toda e quis ficar no quarto e descansar.
Saio a caminhar pela única avenida da pequena cidade de Álora e me vejo sentando à mesa em um movimentado bar...um dos raríssimos estabelecimentos abertos e, acreditem ou não, estava bem movimentado.
O garçom demora um pouco a aparecer e como estou sem pressa, passo então a fazer aquilo que mais gosto: observar.
De repente sinto com o se o tempo parasse...uma sensação estranha e boa ao mesmo tempo, um tipo de transe.
Há apenas quatro pessoas estranhas naquele lugar, eu e noutra mesa próxima três mulheres a falar inglês, como eu estrangeiras ali...o garçom vem, gordo de rosto rendono, um tanto cansado e me pergunta o que desejo, com meu espanhol horrível peço uma cerveja e o cardápio, ele anota e sai, logo volta com o copo e começo sem pressa pensar o que iria comer...
Peço uma porção de fritas com aioli e lulas e volto a observar...
Nas mesas algumas famílias e casais, todos se conhecem, conversam entre si em voz alta, dando risada e fazendo piadas com os amigos das outras mesas...do outro lado da rua uma praça bem arborizada, bancos e brinquedos para os pequenos que também estão lá, comem com seus pais e atravessam a tal avenida a rir e brincar sob os gritos de atenção com os poucos carros que por ali passam.
Não sei se a mistura de cerveja com cansaço fez tal efeito mas me senti em outro lugar...não! Em outro tempo...
Aquelas mesmas pessoas estavam ali há 500 anos, naquele mesmo bar, taverna, tasca ou seja lá que nome tinha, mas estavam lá...e eu também.
Conversavam, riam, gritavam e brincavam entre sim, bebendo cerveja e comendo, enquanto observavam seus filhos a brincar no terreno ali ao lado.
Vejo seus rostos, rio com seus sorrisos, ouço suas vozes mas nem imagino o que falam...como hoje há quinhentos anos meu espanhol também era ruim.
Sinto-me bem, feliz, contagiado com a alegria cansada daquelas pessoas que trabalharam o dia todo e em plena segunda-feira lá estavam para beber e conversar...o mesmo lugar onde estarão daqui a quinhentos anos...junto comigo.
Como devagar, aproveitando a deliciosa refeição que me fora servida...sem que eu perceba minha cerveja termina e o garçom de rosto redondo oferece-me mais uma que rapidamente e com prazer aceito...quero voltar a meus devaneios.
Acendo meu charuto e o fumo com calma...mais calma que o normal...peço um café.
As pessoas dali, homens, mulheres, crianças, ainda estão a conversar e beber e rir, termino meu café e peço a conta que pago também sem pressa.
Ao pagar digo ao garçom que a comida estava deliciosa e agradeço a hospitalidade, meio assustado ele abre um sorriso no rosto redondo e agradece pelos elogios, apesar da cara fechada é um bom homem...cansado.
Pergunto se posso terminar meu charuto e ainda a sorrir ele me diz para ficar o quanto desejar...assim faço.
Termino meu charuto e meio que acordo do meu transe...volto para o momento atual e levanto, o tempo não parou, fiquei quase duas horas ali.
As pessoas ainda conversavam, riam e gritavam com seus miúdos, levanto e vou-me...
Elas ficarão...e ali estarão por mais quinhentos anos.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Mudanças

Muito se falou e se fala sobre mudanças, filósofos, pensadores de todos os matizes, escritores, pintores, músicos, enfim...a mudança, sempre esteve e sempre estará presente em nossas vidas.
Heráclito disse: o mesmo homem nunca se banhará duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio não será o mesmo, nem tão pouco o homem.
Há mudanças sutis cujos efeitos pouco ou nada percebemos, e há aquelas mudanças que nos tiram de nossa zona de conforto e faz com que pensemos e repensemos nossas vidas.
Toda a mudança, e estas últimas em especial, gera desconforto e todo desconforto gera mudanças e aí está a maravilha delas...
Há mudanças que procuramos e há mudanças que nos procuram e antes delas acontecerem dificilmente saberemos se serão boas ou ruins, felizes ou tristes, sucessos ou fracassos...
Há poesia na mudança, uma poesia truncada, de métrica duvidosa e rimas dissonantes, mas ainda poesia e enquanto tal exige de quem a “lê” sensibilidade para perceber-lhe a mensagem.
As mudanças que procuramos exigem coragem, ousadia e um pouco de loucura...
Encruzilhadas nos levam a mudanças e ao escolher um caminho, novas mudanças virão e com elas novos desconfortos e o ciclo se repete...e isto nos mantém vivos!
Há mais de um século nossos antepassados, diante de alguma encruzilhada, optaram por mudar do velho para o novo continente e isso foi bom, se não o tivessem feito não estaríamos aqui....e nós ao chegarmos a uma encruzilhada semelhante optamos pelo caminho inverso. O futuro? Este ainda vai chegar e com ele novas encruzilhadas...
Ah essa mudança...quanta mudança gerou! E quanta ainda vai gerar...
Talvez, e assim espero, muita!

domingo, 15 de julho de 2018

Um corredor

Um corredor

E num corredor, sentado por horas, mal sinto o tempo passar...
Quatro horas e meia na verdade é o que dura cada estada minha aqui, cumprindo minha escala naquilo que é um misto de trabalho com passatempo.
Um minuto pode durar um átimo ou uma eternidade, a depender de que lado da porta do banheiro estais...e aqui as tais quatro horas e meia passam rápido.
Nunca tentei estimar a quantidade de pessoas que por aqui passam nesse tempo, talvez um dia eu tente, sei lá como, mas posso dizer que é muita gente.
E há de tudo, ainda que tudo nada signifique, há aqui um tudo definível, observável, feio e maravilhoso ao mesmo tempo.
Observo a energia contagiante e beleza  que irradia dos jovens, com suas conversas em alto volume, maneiras exageradas e risadas abundantes.
Também vejo os passos cansados, pesados e às vezes com certo ar de tristeza dos velhos, ar que engana pois se os olha nos olhos vês que a vida ali ainda pulsa forte, apenas é mascarada pelos anos que a pele cansada já não consegue mais esconder...
Os adultos são peculiares, normalmente andam com passos firmes, caras fechadas e o ar de quem tem aquela certeza incerta de que sempre há algo por fazer, por ganhar, por conquistar, algo para se preocupar, e se não houver, inventa-se.
Falta pouco para meu turno acabar, um senhor para e começa a conversar comigo.
Velho...
Convido-o a sentar-se e o deixo falar, incentivo-o comprando seu assunto e sinto a vida em si, ele mora na Austrália e tem orgulho disso. Nasceu em Portugal, mas naturalizou-se australiano.
Em algum momento, despede-se e vai...
Meu turno chega ao fim, a colega que me substituirá chega, falamos um pouco e vou.
No corredor, crianças, adultos, velhos...vida.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Não sei...

Não sei.
Mas não sei o que? Não sei...
Não sei por que, mas não saber movimenta, inquieta.
Saber é estanque, paralisa, não diz nada, não sei por que.
Não sei por qual razão, mas “o não sei” move, agita
Se sei, sei e acabou? Não sei...talvez.
Não sei por que, mas prefiro o não sei.
Não sei, me conta?
Abraços
Regulle